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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Brasil ainda investe pouco em saúde


Brasil ainda investe pouco em saúde

País investe apenas 8,7% do valor arrecadado com impostos em saúde. Número é inferior ao de países como Argentina, Chile e Venezuela


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Um estudo realizado pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (USP) comparou os investimentos em saúde entre Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Venezuela e revelou que, enquanto Venezuela, Argentina e Chile investiram cerca de 16% do valor arrecadado com impostos no ano de 2005, no Brasil o percentual foi de 8,7%.
Segundo o estudo, a diferença é ainda maior em relação ao México e à Colômbia, em que os gastos representaram, respectivamente, cerca de 24% e 38% da arrecadação. Para o médico cirurgião geral Jorge Carlos Curi, presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), os investimentos no Brasil são inferiores aos de outros países. “A Argentina, por exemplo, investe quase que o dobro do que o investido pelo Brasil”, disse.


Desde 1988, o acesso de todos os cidadãos à rede pública foi garantido pela Constituição Federal. O SUS (Sistema Único de Saúde) se tornou, a partir de então, direito de todos os brasileiros.


Para Curi, a proposta de atendimento do SUS segue conceitos que prevêem universalidade, integralidade e controle social. “Porém, não adianta criarmos uma linha de atendimento ampla e avançada sem que haja financiamento coerente com o que é proposto pelo sistema”, disse.
Já para o médico especialista em atenção básica e pesquisador do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva, Raphael Aguiar, os brasileiros não entendem o que é o SUS. “A verdade é que o SUS é um sistema público que visa cuidar da saúde de toda a população”, explicou. Segundo ele, os princípios fundamentais do SUS são de atenção primária à saúde, ou seja, é uma modalidade de cuidados em que o atendimento é diário e não apenas quando o paciente está doente.


Porém, garantir atendimento em áreas da saúde básica, de média e alta complexidade, é algo considerado pelo presidente da APM como essencial. “Todos os atendimentos devem estar interligados. É importante ter um atendimento quando se fica doente e também receber orientações preventivas”.


Ainda assim, de acordo com Aguiar, o SUS concentra parte de seus atendimentos em um modelo de assistência terciária, voltado para o paciente que já está doente. “Uma coisa é deixar toda a população ficar doente e procurar um médico, outra é cuidar da saúde do brasileiro no dia-a-dia, uma atenção primária”, disse.


Por sua vez, o presidente da APM, Jorge Carlos Curi, ressaltou que, ao longo dos anos, foi criado um discurso exagerado quanto à atenção primária. “Há programas que visam o atendimento de problemas de alta complexidade, como de transplantes e o próprio tratamento da Aids. Porém, ainda faltam investimentos em outras áreas”.


Apesar dos diversos problemas, programas como do tratamento aos portadores da Aids é destaque entre tantos outros que dão certo.


Nayara Fernandes
http://www.metodista.br/cidadania/numero-70/brasil-ainda-investe-pouco-em-saude

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